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sábado, 10 de março de 2012

Sobre o Kony 2012: 3 motivos pelo qual eu não vou apoiar,

Recentemente, tem havido uma grande campanha na internet. Começou com um vídeo no Youtube que se tornou viral. Se chama Kony 2012.

Primeiramente, vamos aos antecedentes:

Joseph Kony é o líder de uma milícia africana - o Exército de Resistência do Senhor (ERS ou LRA em inglês) que opera em Uganda. Ele está no topo da lista de criminosos internacionais por sequestrar crianças e forçá-las a lutar por ele (e muitas meninas são estupradas). Desde 1987, Kony mata sem dó nem piedade.

A ONG americana Invisible Children recentemente tem feito uma campanha internacional para ajudar a prender o Joseph Kony. Eles dizem que, se todo mundo conhecê-lo como todo mundo conhecia Bin Ladden antes do mesmo ser capturado, fica mais fácil fazer justiça. Essa Campanha é conhecida como Kony 2012 ou #StopKony e tem recebido apoio de famosos como Justin Bieber, Rihanna, Bill Gates, Kim Kardashian e Bono Vox. Há quase 200 mil likes na página oficial do Facebook.

Eu apoio as crianças africanas como qualquer pessoa com o mínimo de decência. Acredito que Kony é um bandido, um assassino, um maníaco responsável por trazer sofrimento a muita gente e desejo o pior para ele.

Mas não vou entrar nessa onda.

E eis porque:

1 - A Invisible Children, ONG responsável pela campanha, além de ser há muito tempo acusada de fazer mal uso do dinheiro arrecadado, também não critica o Exército de Uganda, nem o Exército de Libertação Popular do Sudão (SPLA) - ambos movimentos armados contrários ao ERS, mas que fazem igualmente atrocidades.

2 - Kony não tem probabilidade nenhuma de vencer o conflito. O ERS luta contra o governo de Uganda desde 1987 e nunca conseguiram nada além de destruir e destruir. Hoje são um bando de malucos armados sem base social nem apoio internacional e muito menos popular. Ao contrário de Bin Laden, todo mundo sabe aonde ele está, então a questão não é se o ERS será destruído, mas quando será destruído.

3 - Não se prende um criminoso internacional "curtindo" no Facebook. E a maiora das pessoas que curtem ou compartilham essa campanha no Facebook são jovens que querem fazer modinha ou pessoas que não dão a mínima para as crianças africanas ou nunca fizeram nada relevante a favor delas.




Aqui os fundadores da Invisible Children posando armados com militantes da milícia sudanesa SPLA. Ou o perfil dos filantrópicos mudou ou alguma coisa não cheira bem nessa ONG.


Enquanto isso, ninguém liga para as crianças da Líbia e Afeganistão. O dia em que houver uma campanha no Facebook chamada NATO2012 ou #StopNATO, então pode ter certeza que eu vou apoiar. As crianças de Uganda já sofreram muito e ainda sofrem, mas tenho muitas esperanças de que isso tudo irá acabar em breve. Não se pode dizer o mesmo da Líbia.

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