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quarta-feira, 11 de julho de 2012

O Sandinismo na Nicarágua - uma "Revolução Cubana" em plenos anos 80.




Nota: Como a maior parte dos meus escritos, minhas fontes se basearam primariamente na Wikipédia(embora não se limitassem a ela). Antes de vier com aquele papinho de que "todo mundo pode escrever qualquer coisa na Wikipédia", saiba que eu peguei de artigos com fontes. Também não peguei de um só artigo. Algumas vezes, peguei de três. Se você duvida, sugiro que tome a iniciativa de vasculhar a Wikipédia em inglês, em artigos relacionados a história da Nicarágua, e ver com seus próprios olhos que eu falo sério. Boa sorte!


- do Autor


A Resistência de Sandino e a ditadura dos Somoza.





Sandino e Fonseca - heróis da Nicarágua

Como muitas das Repúblicas de Banana da América Central, a Nicarágua foi – em 1912 – tomada pelos militares dos Estados Unidos, com o propósito de ajudar uma rebelião militar contra o então presidente, o nacionalista José Santos Zelaya. Após terem conseguido seus objetivos coloniais, foi formada a “Guardia Nacional” – um agrupamento militar treinado pelos marines  para agir como aparato de segurança nos assuntos políticos domésticos. Foi escolhido chefe da Guardia o militar Anastasio Somoza Garcia.

 Neste período, o País enfrentou as forças revolucionárias de Augusto César Sandino.

Sandino, fortemente oposto á presença militar americana, liderou tropas de Nicaraguenses insatisfeitos com o controle americano. Sandino conseguiu um forte apoio da população, mas suas tropas nunca chegaram a ser numerosas. Ainda assim, ele não deixou de combater - até que foi morto por Somoza em um ataque traiçoeiro. Somoza mais tarde derrubou o presidente, por estar disposto a negociar com Sandino, e se tornou ditador daquele país.

No período em que Somoza Garcia governou a Nicarágua, ele chegou a se tornar o maior latifundiário do país durante a segunda guerra mundial, possuindo ranchos de gado e plantações de café. Somoza Garcia acabou assassinado, e seu filho Anastasio Somoza Debayle se tornou presidente. Um filho da puta assim como seu pai (Roosevelt o chamou de "nosso filho da puta"), ele chegou ao ponto de se enriquecer com o dinheiro que lhe foi entregue para reconstruir a Nicarágua depois de um terremoto em 1972 - que deixou dezenas de milhares de mortos e a maioria dos prédios comerciais arrasados. Com ambos os dois líderes, pai e filho, o país estava inundado pela violência da Guardia Nacional - a base do poder dos Somoza. Porém, os EUA os viam como aliados geoestratégicos contra o comunismo, então os apoiavam.

Inspirado pelo sucesso da Revolução Cubana de Fidel Castro, em 1963 o bibliotecário comunista Carlos Fonseca, junto de companheiros como Tomás Borge, funda o FSLN - Frente Sandinista de Libertação Nacional (inspirada em Augusto Sandino), organização revolucionária armada para combater Somoza filho.

A FSLN chega a se dividir em 3 tendências - os de linha de guerrilha rural, os de linha de insurreição operária e os que desejavam por uma aliança com outros setores políticos contra Somoza. Também perde valiosos guerreiros - inclusive o próprio Fonseca, em 1976. Falecido em 2012, Tomás Borge foi o único a viver o suficiente para ver a vitória do FSLN em 1979.


Ainda assim, os Sandinistas conseguem avançar e, em 1979, derrubam Somoza filho, um dia depois dele ter fugido para o Paraguai - então sob a ditadura de Alfredo Stroessner. Em 1980 ele seria morto por um comando Sandinista de 4 homens e 3 mulheres liderados por um guerrilheiro Argentino.

O Sandinismo no poder e a Guerra contra a Contrarrevolução.





O Comandante Sandinista Ortega e o Comandante Fidel Castro




 Uma vez tomado o poder a Frente Sandinista inicia uma série de transformações profundas no país, ao começar expropiando os bens da família Somoza e de seus aliados; impulsionou uma reforma agraria integral; nacionalizou setores estratégicos da economia e os recursos naturais. Com o apoio da República Democrática Alemã e de especialistas cubanos, o governo também criou a Cruzada Nacional de Alfabetização que reduziu o analfabetismo de 50% para 12%(e rendeu ao novo governo reconhecimento da UNESCO). Também impulsionou campanhas de saúde, acesso á universidade em todos os setores e criação de condições para o desenvolvimento da infância, da juventude, das mulheres, dos camponeses e dos trabalhadores em geral. Também foram criados "Comitês de Defesa Sandinistas" - inspirados nos "Comitês de Defesa da Revolução" cubanos.

Em um nível internacional, o novo governo estabeleceu relações diplomáticas com o campo socialista da URSS. Também foi um forte aliado na luta pela Palestina contra Israel (o governo sionista era um forte aliado dos Somoza, que mandou armas aos Israelenses durante a guerra que travou com os árabes em 1948). Os Sandinistas chegaram a batizar uma planta geotérmica de "Patrick Arguello" - em homenagem ao nicaraguense de mesmo nome, morto enquanto ajudava guerrilheiros Palestinos a tomar um avião. Também apoiaram guerrilhas revolucionárias em El Salvador e Guatemala.

O governo da época, embora extremamente revolucionário, estava longe de ter um modelo como o das Repúblicas Populares do Leste Europeu. A FSLN permitia que a oposição conservadora se organizasse politicamente. A economia não era planificada (havia iniciativa privada) e a Igreja era forte aliada dos Sandinistas - através de padres que se importavam verdadeiramente com os pobres. Ainda assim, o governo enfrentou oposição dos EUA e dos Contras.

Os Contras eram guerrilheiros, de diversas facções, opostos violentamente ao Sandinismo. Em suas fileiras estavam ex-membros da Guardia Nacional de Somoza. Eles guerrearam contra o governo sandinista durante os anos 80. Verdadeiros canalhas odiados pelo povo, eles foram armados até os dentes pela CIA, durante o governo de Ronald Reagan - através de outras ditaduras latino-americanas que usaram seus territórios como bases de apoio para os militantes. Também se fortaleceram com o tráfico de cocaína. Mas cometeram inúmeras atrocidades, e a violência cometida pelos Contras chegou a tal patamar que o próprio Congresso americano proibiu que se desse mais apoio aos guerrilheiros. Claro, sendo o canalha que é, Reagan não se contentou e quase perdeu o posto de Presidente quando foi descoberto que o general Oliver North - seu capanga mais fiel - estava vendendo em segredo armas ao Irã (mesmo os dois países estando em tons de inimizade desde a Revolução Islâmica em 1979, e o Irã estar em guerra contra um líder que também estava recebendo apoio dos americanos - Saddam Hussein) e usou o dinheiro para financiar os Contras.


Os Sandinistas resistiram corajosamente e produziram diversas baixas á contrarrevolução - mas a guerra desgastou o país. Ela só teve um fim quando, em 1990, a opositora Violeta Chamorro (que, felizmente, não era ligada aos Contras) venceu eleições democráticas com o apoio de uma coalizão de Partidos direitistas, centristas e até de esquerda - a UNO. O governo Sandinista reconheceu a vitória de Chamorro, visto que seus objetivos - a derrubada da ditadura de Somoza e políticas de justiça social - tinham sido implementadas com sucesso. Embora tenha adotado políticas neo-liberais em seu governo, Chamorro não conseguiu, ou sabiamente não quis, limpar as instituições políticas da Nicarágua da tendência revolucionária Sandinista que se recusava a sair. 


Daniel Ortega e o Sandinismo na atualidade.

 


Ortega e Gaddafi - sendo ambos revolucionários contrários a Reagan, eles permaneceram aliados pela vida toda. Junto de Hugo Chávez, Ortega foi um dos maiores críticos á guerra da OTAN e a Nicarágua se recusou a reconhecer os ratos do CNT.

Daniel Ortega foi, junto de seu irmão Humberto, um dos principais guerrilheiros da Frente. Em 1984, ele foi eleito para se tornar líder da Nicarágua com 67% dos votos. Voltou á presidência em 2006 e está lá desde então. Nas duas ocasiões, sua esposa, Rosario Murillo, teve forte participação na política nacional.

Sob Ortega, a Nicarágua está aliada com as forças revolucionárias da América Latina, representadas por Chávez e pela ALBA, além de Cuba e as FARC. Ortega foi uma das vozes mais fortes contra o golpe que derrubou o Presidente Hondurenho Manuel Zelaya, em 2009. De fé católica, como muitos nicaraguenses, Ortega chegou a dizer que a crise financeira dos EUA era um castigo divino, devido ao que os americanos fazem com o resto dos países do mundo.

Amigo de longa data do líder revolucionário Líbio Muammar Gaddafi, Ortega foi um dos maiores críticos á guerra da OTAN e a Nicarágua se recusou a reconhecer os ratos mercenários do CNT.

A Nicarágua também é o nono país do mundo com maior participação feminina no Parlamento. É o único país latino-americano, junto de Cuba (o terceiro colocado) a estar entre os dez mais de uma pesquisa recente da União Interparlamentar (UI).

Em 2011, Ortega se reelegeu para um novo mandato, com mais de 60% de voto popular.



A NICARÁGUA É LIVRE!!





Os comandantes da FSLN. Na foto pode se ver Humberto Ortega e Tomás Borge (dois primeiros da esquerda para a direita) e Daniel Ortega, o quarto, de óculos.







2 comentários:

  1. "(...)Em 1980 ele seria morto por um comando Sandinista de 4 homens e 3 mulheres liderados por um guerrilheiro Argentino.(...)"
    -
    Quem seria esse "guerrilheiro argentino"? O Che Guevara? rs

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  2. Viva a Nicarágua! Morte aos ratos do norte e ao fascista do brasil

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