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quinta-feira, 24 de maio de 2012

UM CÂNCER PARA A DEFESA INTERNACIONAL DA JAMAHIRYA: Os Nem-Nem.





Com uma guerra levada á cabo contra a Líbia, seu povo e seu governo, que destrói as infraestruturas de um país soberano, era de se esperar que os ditos progressistas (a esquerda comunista e não-comunista) se levantassem com gritos de raiva contra a OTAN. Era de se esperar protestos internacionais contra a agressão aos líbios. Era de se esperar pessoas pelo mundo trajando roupas e o tecido verde da Jamahirya, gritando “Morte á América” e “Yankee Go Home!”.

Não vou dizer que não aconteceram atos assim – mas me entristece saber por que não foi um evento de escala gigantesca.

Como sabemos, o Oriente Médio e o Norte da África estava fervilhando na “Primavera árabe” e quando os protestos na Líbia começaram em Fevereiro de 2011 muitos ditos esquerdistas – vendo o “povo” derrubando os ditadores do Egito e da Tunísia – acreditavam que iria ser uma espécie de revolução radicalmente anti-imperialista e antissionista.

E, assim, a Grande Traição começou. Durante a Guerra Fria, mesmo a esquerda soviética e cubana ajudando Gaddafi e sua Revolução, a esquerda do Século XXI não foi assim tão gentil. Conheçam os Nem-Nem.

Eu sinceramente não sei quem teve a idéia maravilhosa de denominar esses idiotas úteis como Nem-Nem. Está muito presente em sites de língua castelhana que defendem Gaddafi, onde são denominados Ni-Ni.

O termo Nem-Nem vem de uma frase muito interessante.

“Nem com Gaddafi, Nem com a OTAN – Com os rebeldes!”

Esta é uma frase interessante, porque faz parecer que a guerra na Líbia tinha três lados envolvidos:

1 - Os que apoiavam Gaddafi.

2 - Os que lutavam contra Gaddafi.

3 - A OTAN, que queria se aproveitar da situação.

Isso NÃO é verdade. Os que lutavam contra Gaddafi estavam do lado da OTAN e vice-versa.

Eu não vivi durante os anos 90 e só recentemente fui entender melhor sobre Kosovo. Mas uma das primeiras guerras da OTAN contra um país soberano foi contra a Sérvia.

As guerras recorrentes da dissolução da Iugoslávia lembram muito a guerra na Líbia. Particularmente o conflito de Kosovo. A OTAN atacou um país soberano (a Sérvia) e, utilizando-se de meios de comunicação espalhou pelo mundo supostas atrocidades cometidas pelo inimigo. E muitos esquerdistas defenderam o ELK.

O ELK – Exército de Libertação de Kosovo – foi uma milícia de albaneses étnicos que lutavam contra os Sérvios em Kosovo (região histórica disputada entre Sérvia e Albânia). Cometeram inúmeras atrocidades contra sérvios e albaneses que não queriam colaborar. Além disso, tinham inúmeros negócios no submundo do crime, incluindo tráfico de drogas, armamentos e até mesmo de órgãos de soldados sérvios mortos e capturados. Por estarem lutando contra a Sérvia – inimiga da OTAN na guerra – logo se tornaram aliados da OTAN.

Ainda assim, o ELK foi defendido por inúmeros ciclos “marxistas” – aparentemente errados na interpretação do “direito das nações á autodeterminação” – não se cansavam de defender esses bandidos, mesmo indiretamente (quando falavam que o povo de Kosovo deve decidir seu destino – quase a mesma coisa que “vamos defender o ELK”)

A Líbia foi igual. Aqui mesmo no Brasil, qualquer um que visite o histórico do PCO – Partido da Causa Operária, agremiação trotskista radical, sectária e o menor partido legalizado do Brasil, vai ver muitos artigos defendendo os “Revolucionários líbios” antes, durante e depois da intervenção da OTAN.

Não sei por que  isso aconteceu. Talvez porque Saddam Hussein do Iraque enfrentou os americanos diretamente – os americanos não precisaram do uso de supostos “democratas revolucionários”, na verdade idiotas úteis, para fazer seu jogo sujo (na verdade, usaram sim, mas eles foram instalados no governo sem precisarem lutar diretamente contra Saddam em uma guerra – esperaram sentadinhos os soldados americanos matarem e morrerem para depois subirem ao governo).
Mas de uma coisa eu sei: este papel da esquerda mundial foi simplesmente miserável. Espero que nunca mais se repita

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